Diferença entre Laudo de Estanqueidade e Teste de Estanqueidade

Na área de segurança em instalações de gás, é comum surgirem dúvidas sobre a diferença entre teste de estanqueidade e laudo de estanqueidade. Embora estejam diretamente ligados, esses dois termos não são sinônimos. Cada um cumpre uma função específica no processo de verificação e regularização das redes de gás em residências, comércios, indústrias ou condomínios.

Neste artigo, você vai entender com clareza o que significa cada termo, como são aplicados e por que ambos são fundamentais para garantir a segurança e a conformidade da instalação com as normas técnicas vigentes.

O que é o Teste de Estanqueidade?

O teste de estanqueidade é a etapa prática que consiste em verificar se a instalação de gás está totalmente vedada, ou seja, sem vazamentos. Essa verificação é realizada por meio de um procedimento técnico, no qual a rede é pressurizada com ar comprimido ou gás inerte (geralmente nitrogênio), e a pressão interna é monitorada por um determinado período.

Durante esse tempo, a pressão deve permanecer estável. Caso ocorra queda de pressão, isso indica a presença de vazamento em algum ponto da tubulação.

Esse procedimento deve seguir critérios técnicos e parâmetros definidos por normas como a ABNT NBR 15526, que determina pressões de teste, duração mínima do procedimento e métodos de verificação seguros.

Vale destacar que o teste por si só não gera um documento formal — ele é apenas a execução técnica que antecede a documentação oficial.

O que é o Laudo de Estanqueidade?

O laudo de estanqueidade é o documento técnico que formaliza e comprova que o teste de estanqueidade foi realizado e que a instalação está livre de vazamentos. Esse laudo deve ser emitido por um profissional habilitado, como um técnico credenciado ou engenheiro registrado no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), e geralmente é acompanhado de uma ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, especialmente quando exigido por concessionárias, condomínios, empresas ou órgãos públicos.

O laudo é utilizado para regularizar instalações, solicitar liberação do fornecimento de gás, renovar o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), cumprir exigências de seguradoras e comprovar que a rede está em conformidade com as normas técnicas da ABNT, como a NBR 15526, NBR 13103, NBR 16023 e outras relacionadas à instalação de gás.

Qual é a diferença prática entre os dois?

A principal diferença está na função e no caráter formal de cada etapa.

O teste de estanqueidade é a verificação técnica feita por meio de manômetro, com instrumentos e métodos práticos. É o momento em que se avalia, na prática, se há algum vazamento na rede.

Já o laudo de estanqueidade é o documento final, escrito e assinado por um responsável técnico, que atesta que o teste foi realizado corretamente e que a instalação está em condições seguras para uso. Esse laudo tem validade legal e pode ser solicitado por órgãos reguladores, síndicos, construtoras, seguradoras ou concessionárias como Comgás, Naturgy, entre outras.

Portanto, o teste é a execução técnica, enquanto o laudo é a comprovação oficial dos resultados obtidos no teste.

Quando o Laudo de Estanqueidade é exigido?

A emissão do laudo é obrigatória em diversas situações, tais como:

Liberação de gás pela concessionária após uma nova instalação ou reforma.
Regularização de instalações antigas que não possuem documentação atualizada.
Reformas em cozinhas ou áreas de consumo de gás, como a substituição de fogões, aquecedores ou alteração do traçado da tubulação.
Emissão ou renovação do AVCB, exigido pelo Corpo de Bombeiros para estabelecimentos comerciais, clínicas, escolas, indústrias e condomínios.
Solicitação de seguradoras, para ativação ou renovação de apólices.
Manutenções preventivas, como forma de garantir segurança e prevenir acidentes.

Conclusão

O teste de estanqueidade é a verificação prática que identifica se uma instalação apresenta vazamentos. Já o laudo de estanqueidade é o documento oficial que formaliza o resultado desse teste e é exigido por normas técnicas, órgãos públicos e empresas. Ambos são fundamentais para garantir a segurança de qualquer sistema de gás.

Ignorar essas etapas compromete a integridade da instalação, pode gerar multas, interrupção no fornecimento de gás e riscos graves à vida e ao patrimônio.

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